sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Os encantos de Dona Onete no encontro "Vozes de Mestres"


Yorranna Oliveira / Fotos: Carol Peres / Folia Cultural

Ela entra calçada e logo se desfaz das sandálias. “Porque carimbó se dança descalço”, explica. E assim toda brejeira, Dona Onete começa o show, muito bem acompanhada pelos percusionistas do Trio Manari. 


É noite de cultura popular no Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, o Hangar. Dona Onete e Trio abrem o primeiro dia do “Vozes de Mestres - Festival Internacional de Cultura Popular”, que passa por Belém entre os dias 24 e 29 de novembro com oficinas, debates, exposição, cinema e teatro.


Toda faceira e cheia de charme, Dona Onete ia seduzindo a platéia, com o seu carimbó brejeiro como gosta de chamar. “É o carimbó da água doce”, diz.O público devidamente comportado em suas cadeiras, não fica muito tempo quieto no lugar. Os batuques e a cantoria de nossa Mestre de Cultura Popular contagiam pernas e braços, e quase todo mundo se remexe nas cadeiras, cantando e batendo palmas e alguns não resistem e se levantam para dançar. O auditório estava tomado, tinha até gente em pé. Cultura popular é do povo, faltava mais povo no Hangar. Trancada num espaço fechado, parecia quase sufocar. Dona Onete deveria estar ao ar livre, sem as cadeiras amarrando pessoas para sentar. No entanto, isso não tirou a diversão da festa. Festa legitimamente brasileira, onde diversão e cultura cruzam os mesmos caminhos.


Entre um hit e outro, nossa Mestre Popular conversava com o público e contava suas histórias e não poderia deixar de agradecera honraria ao ser classificada como Mestre. “Eu senti o povo do Pará junto comigo. A gente desarruma uma cultura e depois arruma”, dizia sorrindo. E entoava uma canção. O resultado só dava bailados, cantoria e aplausos: “Parece que o show tá agradando, né?!”, conluia.



“Vou descansar um pouco, porque 70 anos não é 70 dias”, justificava Dona Onete, enquanto sentava na cadeira. Nem precisava. Se quisesse, podia até cantar deitada. Ela, sim, pode. E assim, foi contar a história do “Chá de Tamaquaré”. O público se deliciando. “Vocês gostaram né?! Amanhã já tem gente lá no Ver-o-Peso”, brincava.


Uma hora durou a brejeirice de Dona Onete, com direito a homenagem a Mestre Verequete, por quem nossa querida vovó teve a honra de ser julgada, como ela faz questão de dizer. “Ele disse: ‘até que tu cantas bem’. E eu gostei”, lembrou.


Os tambores, batuques e experimentações sonoras do Trio Manari se destacam na homenagem. O público se inclina todinho para ver. Querem chegar bem perto, se possível tocar, mesmo que seja  apenas com o olhar. “Esse é o nosso tambor. E ele também é do Pará. Gente, e eu que pensei ter visto de tudo de batuque”, contava Dona Onete, impressionada com os rapazes do Manari.
E já que na lateral direita dos espaços, havia gente caindo no carimbó, uma cumbia para encerrar a festa. “Cumbia maravilhosa como as coisas do nosso Pará”. Os casais se formaram rapidinho para dançar. O público queria mais. Ainda bem que em seguida vinha o Naná e ninguém ficaria frustrado. “Beijos, beijos, beijos e saudações paraenses”, despediu-se dona Onete, paraoara com muito orgulho.

domingo, 22 de novembro de 2009

Caminhada pela Consciência Negra no Brasil


Por Carol Peres / Fotos: Eraldo Peres

O Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, teve grande repercurssão no país, com manifestações, passeatas, seminários e eventos culturais, onde a voz negra falou mais alto. A data, que remete-nos a Zumbi dos Palmares, o maior ícone da resistência negra ao escravismo no Brasil, é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.

20 de novembro coincide também com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Apesar das várias dúvidas levantadas quanto ao caráter de Zumbi nos últimos anos (comprovou-se, por exemplo, que ele mantinha escravos particulares) o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro.

Estivemos em Salvador, a cidade com maior população negra do país. Vários movimentos da comunidade negra realizaram passeatas e caminhadas de conscientização e memória da luta contra a escravidão no Brasil.


O Dia da consciência negra
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país. Fonte: http://www.brasilescola.com/

A data foi escolhida por ser referência para o movimento em contraposição ao 13 de maio, quando foi decretada a abolição da escravatura, a chamada Lei Áurea, pela princesa Isabel, em 1888. O 13 de maio expressa, então, a celebração da generosidade de uma branca em relação aos negros, em vez de enfatizar a própria luta dos negros por sua libertação.



Zumbi

Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência anti-escravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. “Zumbi” significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares

Veja também
* Fundação Cultural Palmares

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

As últimas homenagens a Mestre Verequete

Carol Peres
Folia Cultural
  
Chama Verequete, ê, ê, ê,
Chama Verequete, ô,ô,ô,ô
Chama Verequete, ruuum
Chama Verequete, Oh! Verê
Oi chama Verequete, Oh! Verê

Os tambores e curimbós soam mais tristes em Belém. As saias já não rodam tanto. O pés estão parados e a voz do grande mestre vai ficar na memória de todos. Assim como a letra da música onde o carimbó nunca morre, ele canta pela última vez mas vai se eternizar na cultura popular.

No inicio da tarde de ontem, terça-feira (3), foi anunciada a morte de Augusto Gomes Rodrigues, o Mestre Verequete. Aos 93 anos e internado há seis dias, o último boletim médico divulgado pelo hospital informava que o quadro de Verequete tinha evoluído de uma pneumonia grave e insuficiência respiratória aguda para uma infecção generalizada.

Durante toda a madrugada, no Theatro da Paz, Verequete recebeu suas últimas homenagens de famíliares, fãs e seguidores do mestre do carimbó. O enterro está programado para hoje às 16h, no cemitério Parque das Palmeiras.

Mestre Verequete fez história e ajudou a concretizar o carimbó como cultura paraense, chegou a gravar 10 discos e quatro CDs em sua carreira. E este ano foi homenageado pela Secretaria de Cultura do Pará, que deu na edição de 2009 deo Prêmio de Cultura Popular, o nome Edição Mestre Verequete.

"O Carimbó não morreu.
Está de volta outra vez.
O carimbó nunca morre.
Quem canta o carimbó sou eu"


História
Verequete, nasceu na localidade de Careca, próximo à Vila de Quatipuru, em Bragança, no dia 26 de agosto de 1916. Aos três anos, após perder a mãe, mudou-se com o pai para Ourém, onde iniciou sua trajetória artística, no terreiro da negra "Piticó".Cantor e compositor de carimbó, Verequete foi um dos primeiros divulgadores do ritmo nos subúrbios de Belém. Organizou o conjunto "O Uirapuru", em Icoaraci, e gravou seu primeiro disco em 1970, reunindo uma série de temas de carimbó.

Leia mais
Imagens da vida de Mestre Verequete
Ao mestre de músicas eternizadas nos paraenses

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O Brasil perde Verequete, o mestre do carimbó


Após seis dias de internação, o músico Augusto Gomes Rodrigues, o Mestre Verequete, morreu na tarde desta terça-feira (03), no Hospital Barros Barreto. Verequete não resistiu ao quadro de pneumonia e infecção respiratória. Ele estava no Centro de Terapia Intensiva (CTI) desde domingo (01) e respirava com a ajuda de aparelhos.


Em entrevista na manhã desta terça-feira (03), a filha caçula do cantor, Lucimar Rodrigues, disse que a familia estava emocionalmente abalada, e que aguardavam a reação dele aos medicamentos, mas "os médicos dizem que não há aceitação do organismo dele aos remédios", lamentou Lucimar.

Ícone da cultura paraense, Verequete ficou famoso como compositor popular de carimbó, o ritmo afro-indígena típico do estado que ficou conhecido nacionalmente. A história de Verequete virou o documentário poético Chama Verequete, em 2002, que, no mesmo ano, conquistou Menção Honrosa, no Festival de Curitiba, e Melhor Música, no Festival de Gramado.


Com informações do Portal ORM e Ag. Pará
Foto: Eunice Pinto/Ag. Pará

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Corumbiara abre Mostra Cinema e Direitos Humanos

Por Gleidson Gomes
Guiart.com

As luzes do Cine Líbero Luxardo estão apagadas. Oitenta e seis pares de olhos e ouvidos aguardam, fora os espalhados pelas escadas. O cinema está lotado numa noite de quinta-feira. “Pensem nas crianças mudas telepáticas. Pensem nas meninas, cegas inexatas. Pensem nas mulheres rotas alteradas”, a voz de Juliana Sinimbú interrompe o burburinho e a escuridão, cantando a poesia de Vinícius de Moraes. A 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, em Belém, começou.

“Não sou mestre de cerimônia, sou cantora”, avisa Sinimbú ao subir no palco - um foco de luz sobre ela. Com uma leitura mecânica de roteiro, a artista causa certo incômodo na plateia. Em seguida, cineastas, produtores e políticos apresentam-se, agradecem, discursam. Até que, enfim, a luz apaga-se outra vez e a tela branca ilumina-se.


A 4ª Mostra abre com o documentário “Corumbiara”, de Vincent Carelli. O filme trata do massacre indígena na gleba homônima em meados da década de 80, no estado de Rondônia, em consequência da formação de grandes latifúndios. Carelli acompanha a luta do indigenista Marcelo Santos na busca pelos sobreviventes, como forma de comprovar o massacre.

Investidas no meio da floresta, entrevistas com fazendeiros, representantes da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), antropólogos e moradores da região permeiam o longa de aproximadamente de 117 minutos. O tempo passa rápido, mas tenso. A busca pelos índios no meio da mata lembra um suspense de Hitchcock.

O ápice do documentário é uma cena antológica, digna de ficção. A equipe formada por Carelli, Marcelo, o indigenista, e dois repórteres do jornal O Estado de São Paulo, encontra dois índios da tribo Canoê. Os canoê falam um dialeto incompreensível, repleto de gestos e sons. O diálogo torna-se impossível. Após os primeiros contatos, os índios levam a equipe até a aldeia. As imagens de Carelli vão parar na revista eletrônica global “Fantástico”.

Durante os discursos de abertura da Mostra, o representante do Ministério da Cultura ressaltou a importância do cinema e a capacidade da sétima arte em promover a transformação social. Ser tocado pelas imagens exibidas na tela, no decorrer da programação, é o primeiro passo.

Leia matéria na íntegra

A mostra vai até dia 1º de novembro. Confira a programação.

domingo, 11 de outubro de 2009

Fé, alegria e devoção no Círio de Nazaré 2009

Por Yorranna Oliveira
Folia Cultural
Fotos: Carol Peres

“Você assistiu [a novela] Caminhos das Índias?”, pergunta Laise e em seguida emenda: “A Norminha tá aí”. Na verdade era a atriz paraense Dira Paes. Dira veio acompanhar o Círio 2009, em Belém do Pará. Ao lado da mãe e do filho, ela esperava a passagem da Santa pela Casa da Linguagem, no início da Avenida Nazaré, onde seria homenageada pelos funcionários do espaço cultural com o grupo de carimbó Iaçá.

Enquanto Dira observa a procissão pelos janelões da Casa, quem estava no local pedia para tirar fotos. Solícita e com um sorriso simpático, ela ia. “Só dois minutos tá?!”, dizia, para que não esquecessem o motivo de sua presença ali. Afinal, ela queria ver a Virgem e com muito assédio ficaria quase impossível.

Lá fora, as pessoas aguardavam. A Santa se aproximava cada vez mais. A pequena Laise olhava para o amontoado de gente a se espremer nas ruas e calçadas. Queria enxergar o tio no meio do povo. “Ele está na corda pagando promessa”, conta. Laise tem apenas 12 anos. Idade suficiente para se compadecer pelos fiéis. “Eles ficam sofrendo ai, todos suados, chorando, com calor, com sede. Eu tenho pena”, comenta.

Dira Paes sobe no palco erguido na Casa da Linguagem. As pessoas caminham, olham para a atriz e sorriem. Acenam, tiram fotos, interrompem o trajeto de suas vidas por alguns instantes e seguem em direção a Basílica olhando para trás. Dira, com o filho Inácio no colo, retribui com sorrisos e acenos.

Os guardas da Santa dão pulinhos de alegria, levantam as mãos, acenam e sorriem também. Os promesseiros, que se acotovelam na corda, abrem largos sorrisos. A expressão de dor e sofrimento nos rostos de cada um se desfaz. É como se a presença dela fosse um alívio em meio às provações de suas jornadas. Dira deseja Feliz Círio a todos. Saúda a Virgem, que se aproxima. E pede um ano bom para os paraenses.


Às 10h30, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré passa em frente ao local. Mãos se erguem. Olhos se fecham em oração. Há gente por todo canto. Gente subindo em árvores e grades em busca do melhor ângulo para ver a Berlinda (espécie de caixa, feita de vidro onde fica a Santa). As pessoas cantam, agradecem, pedem, sorriem, choram, dançam, desmaiam, socorrem.

Todos os sentimentos se misturam no Círio. Um momento de fé e devoção que se propaga pela romaria do início ao fim. Um fervor que comove qualquer pessoa, sem escolher idade, credo, cor, classe social. Você é realmente tocado pela energia que emana do povo. A imagem segue sua caminhada, recebendo novas homenagens e provocando novas emoções. Ao meio dia, ela chega ao Centro Arquitetônico de Nazaré(CAN), e cumpre seu percurso. Este ano, os paraenses almoçam mais cedo.

sábado, 10 de outubro de 2009

Os personagens de Nazaré

Por Yorranna Oliveira
Folia Cultural

Carlos e Jéssica vendem refrigerantes. Silvane leva o filho Luis Antônio. Mário distribui copos e copos de água. Matilde saiu de Bragança e acompanha o neto. Flávio fatura com a venda de fitinhas, blusas, escapulários e adereços. Sandro, Ana Maria e Tatiana abanam, levam água, proferem palavras de apoio, rezam, acreditam, têm fé. E cada uma dessas pessoas ajuda a construir as histórias do universo chamado Círio de Nazaré

Eles estão em uma das 11 romarias que fazem parte do Círio: a Trasladação. Diferentes motivos os levaram até lá. Promessas, dinheiro, carinho. Afeto. Solidariedade. Fé.

Carlos estuda física na Universidade do Estado do Pará. Está ali para vender as 24 caixas de refrigerantes e arrecadar dinheiro para o curso. Carlos é evangélico e se impressiona com a multidão que se espreme nas ruas da Avenida Nazaré durante o traslado da Santa do colégio Gentil Bittencourt para a Igreja da Sé, no bairro da Cidade Velha, em Belém do Pará. O rapaz de 20 anos gosta do que vê.

“Eu acho bonito, muito bonito ver a fé dessas pessoas, o sacrifício delas. Eu não iria na corda. Mas eu respeito, porque cada um tem a sua fé, a sua crença”, diz.

Jéssica pensa diferente. Com os pés descalços, ela também vende os refrigerantes do dito curso e descansa depois de uma passagem no sufoco da corda. Jéssica entrou na universidade e agora agradece. “Só mesmo a fé pra aguentar aquilo. Na corda é muito quente, abafado, apertado. Tem gente que chora, como eu choro. Não vou nela do início ao fim. Minha promessa foi para ir até onde eu puder”.

Há gente por cada centímetro das ruas e calçadas da avenida. As pessoas se aglomeram, se empurram, pisam nos pés umas das outras. O espaço encolhe. Quanto mais perto da Berlinda (local onde fica a imagem de Nossa Senhora) mais gente. Quanto mais gente, mais aperto, pisadas nos pés, mais calor.

 As pessoas transpiram e transpiram. O calor da cidade parece aumentar. E aumenta mesmo. O suor toma conta. É preciso força nas pernas, nos braços, na voz, para num respiro só pedir passagem e seguir em frente. Nem todos conseguem. Alguns se desequilibram, outros desmaiam. Outros unem os braços e formam correntes para resistir ao empurra-empurra e continuar.

Nem todos querem fazer o mesmo trajeto e preferem ir por outros caminhos. Ronaldo e Luciene caminham pela avenida paralela ao roteiro oficial: a Governador José Malcher. Assim como eles, em número visivelmente menor, outras pessoas passam pelo lugar. È uma forma alternativa e menos desgastante de acompanhar a procissão. Dá para andar sem ser empurrado, jogado, pisoteado. Até carros passam por ali. Flávio também.

“Lá [na Avenida Nazaré] já tem muito vendedor”, diz Flávio enquanto vende suas fitinhas e blusas. A concorrência menor ajuda Flávio a faturar. “Aqui tem menos gente, mas dá pra vender bem, sim”. Nesse ritmo ele vai vendendo seus produtos rumo a Igreja da Sé.

As pessoas se apressam para ver a santa de frente em alguma das ruas que cortam a avenida Nazaré. Se tentarem de outra forma, precisam se espremer. Quem fica pra trás e quer chegar mais perto precisa enfrentar a multidão. O percurso mais fácil é mesmo ir pela José Malcher, entrar numa rua transversal num ponto estratégico - onde não haja tanta gente (em geral a alguns metros do término da corda)-, e esperar a Virgem passar. Ronaldo e Luciene estão casados há 18 anos e já faz uns dez que seguem a Virgem de Nazaré por onde ela passa. E agora, eles apressam o passo para conseguir “pegar a Santa passando”, como se diz por aqui.

Romaria Fluvial: a benção pelas águas

Por Carol Peres
Folia Cultural

No segundo dia do Círio, a Romaria Fluvial reuniu cerca de 200 embarcações de pequeno e grande porte, e mais de 500 mil pessoas nas orlas de Icoaraci a Belém.



A Imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré saiu do município de Ananindeua e por terra foi até a Vila Sorriso, no município de Icoaraci. De lá, retornou para Belém pelas águas da Bahia do Guajará, renovando a fé e emocionando os fiéis que acompanhavam a procissão.

A cada parada, o choro contido dos romeiros se derramava como um gesto de amor e agradecimento. Ruídos de orações e palmas se misturavam aos fogos para homenagear a Mãe que passava por ali. É o momento de agradecer e receber a benção.

"A emoção é muito grande. Não tem explicação. Só quem vive e sente esse momento pode entender o que é a fé na Virgem de Nazaré", disse Ivete Lúcia, que veio de Brasília para assistir de perto o Círio de Nazaré, uma das maiores romarias do mundo.

Na Escadinha do Cais do Porto, a Imagem foi recebida com uma chuva de pétalas de rosas e revista do corpo de oficiais da Marinha. Como de costume, ex-arcebispo de Belém Dom Orani João Tempesta, levou a Peregrina mais próximo dos fiéis para que possam cumprimentá-la e orar.


Na descida, uma salva de fogos de artíficio fez as últimas homenagens da Romaria Fluvial e deu início à motoromaria, que leva a Imagem até o Colégio Gentil Bittencourt, no bairro de Nazaré. Na Basílica Santuário, os romeiros fazem uma celebração à imagem original de Nossa Senhora de Nazaréna encontrada pelo pescador Plácido há mais de 300 anos.  Aproximadamente 14 mil motoqueiros e mais de 30 mil pessoas acompanham a romaria por um percurso de 2,6 quilômetros.

A imagem fica no Colégio Gentil até o início da noite de onde sai para a Trasladação até a Catedral da Sé.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré inicia primeira romaria



Por Yorranna Oliveira
Folia Cultural
Foto: Marcelo Cabral / Folia Cultural
Eles esperam sob o sol já forte e o calor de uma nova manhã em Belém do Pará. São jovens, velhos, ricos e pobres. Trabalhadores e desempregados. Alguns por curiosidade, outros por fé e devoção. Não importa muito o motivo, mas todos estão ali para ver a passagem de Nossa Senhora de Nazaré durante a procissão rodoviária desta sexta-feira (9), a primeira das 11 romarias do Círio 2009.

Foto: Ricardo Augusto / Folia Cultural

Por volta das 9h, a imagem da Santa saiu da Basílica Santuário de Nazaré rumo ao município de Ananindeua – Região Metropolitana de Belém -, numa jornada de homenagens de 55 km pelas Avenidas Nazaré, Magalhães Barata, Almirante Barroso e BR-316; e pelos bairros Cidade Nova, Paar e Icuí (Ananindeua). Como numa espécie de encanto, quase um chamado, as pessoas param suas rotinas e se dirigem às portas de prédios, escolas e casas. Todos, a sua maneira, prestam algum tipo de homenagem. Pode ser cantando, soltando fogos, mostrando cartazes e faixas com frases de carinho e louvor. Alguns enfeitam a casa inteira. Outros enchem de balões a entrada do trabalho.

Ela passa no carro da Polícia Rodoviária Federal (adaptado especificamente para acomodar a imagem). O ex-arcebispo de Belém, Dom João Orani Tempesta, policiais e fiéis, a acompanham no trajeto.

Mesmo quem não é devoto, ou qualquer outra coisa parecida, detém o olhar nas frações de segundo que a Virgem se encontra no local. Nesses momentos, o poder da cultura popular transpõe qualquer tipo de barreira.

A força da cultura prevalece e as pessoas se aglomeram nas ruas. Querem ver, querem seguir, querem tocar, mesmo que a distância nem sempre permita. Levantam as mãos, agradecem, pedem, prometem. Olham com respeito, admiração, curiosidade. Uns pela primeira vez, outros desde sempre. Uns a seguem a pé, de bicicleta, em suas motos, vans, carros particulares, o veículo que for. Mas seguem. Se não seguem, ficam. Ficam com a certeza de algo especial aconteceu por ali.

                               Foto: Marcelo Cabral / Folia Cultural


“Foi lindo. Amanhã é que será mesmo, quando ela sair do Gentil [Colégio Gentil Bittencourt, na Avenida Nazaré, de onde a imagem sai para a Trasladação]. Nossa é muito emocionante”, diz Natalina Marques. Natalina tem 30 anos e há dez trabalha num prédio vizinho à Basílica. E é de lá que ela sempre assiste comovida a passagem da Santa.

 Foto: Ricardo Augusto / Folia Cultural
Depois de Ananindeua, a imagem peregrina seguiu para o município de Marituba e volta para a Igreja de Nossa Senhora das Graças (Ananindeua), onde fica em vigília num palanque em frente à Igreja Matriz por toda a noite. Pela manhã, parte em nova romaria.


Romaria Fluvial

Na manhã de sábado (10) a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré sai de Ananindeu e vai até o porto de Icoaraci. De lá, a Santa segue para Belém em uma linda procissão fluvial acompanhada de mais de 400 embarcações. A procissão está prevista para iniciar às 9hs.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Diretoria do Círio apresenta o Manto de Nossa Senhora

Carol Peres
Belém/PA
 Fotos: Ricardo Augusto/Folia Cultural

Centenas de fiéis de Nossa Senhora de Nazaré estiveram presentes, hoje (7), na missa para apresentação do Manto que vestirá a imagem de Nossa Senhora no Círio 2009, a realizar-se no próximo dia 11/10. Segundo Mízar Bonna, responsável pelo desenho do manto, a inspiração para a criação veio de um detalhe da obra “Sagrada Família” que fica no fundo da Basílica Santuário de Nazaré.


Avaliado em R$ 3 mil, o manto tem detalhes em roxo, lilás e verde água. Mizar explica que o roxo, cor de maior destaque, representa o sangue pisado de Jesus Cristo na crucificação. “Quis representar o sangue sofrido e maltratado de Jesus que escorreu da cruz”, ressalta.

Os bordados foram feitos em miçangas, vidrilhos e strass estrangeiros, com pedras de ametista e acabamento em fios dourados e prateados em um delicado trabalho que durou cerca de três meses. Para Mizar, o manto representa apenas um serviço prestado por um fiel à Santa e que, em sua opinião, o que embeleza a festa, a procissão e a própria imagem, não é o manto, e sim a energia das pessoas que estão reunidas naquele momento de demonstração de fé.


Abertura Oficial

Foto: Marcelo Cabral/Folia Cultural
Na última terça-feira (6) os fiéis lotaram a Basílica de Nazaré para assistir a cerimônia de abertura Oficial da Festividade Nossa Senhora de Nazaré.

A programação contou com uma bênção no interior da Basílica, ministrada pelo monsenhor Raimundo Possidônio, acompanhado do pároco José Ramos e do arcebispo emérito dom Vicente Zico, seguida do acender das luzes da Basílica Santuário e dos Arcos de Nazaré com as novas imagens, e queima de fogos de artifícios.

Foto: Ricardo Augusto/Folia Cultural
Estiveram presentes a governadora do Estado do Pará, Ana Júlia Carepa (C), o prefeito municipal de Belém, Duciomar Costa, chefes das forças armadas Marinha, Exército e Aeronáutica e o administrador diocesano, Monsenhor Raimundo Possidônio .

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ministério da Cultura cria subcomissão para culturas indígenas

Foto: Eraldo Peres / Photo Agência
O Ministério da Cultura por meio da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) criou na última quinta-feira (1º/10) a Subcomissão de Cultura em Rio Branco (Acre) para trabalhar pela formulação de políticas públicas para as comunidades e povos indígenas do Brasil.

A subcomissão também será responsável pela discussão das pautas relativas à comunicação e ao modo como os indígenas se vêem representados neste espaço importante de construção das identidades culturais do país.

A decisão foi tomada após a exposição dos inúmeros projetos e ações que o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC) e de outras instituições vinculadas, vem desenvolvendo em prol deste segmento. As interfaces destas ações com a as atividades da FUNAI e de outros ministérios historicamente mais próximos da questão indígena foram também discutidas, como a implantação dos Pontos de Cultura Indígena, a realização do Encontro dos Povos Guarani da América do Sul, dentre outros.

Leia mais no site do Minc

domingo, 4 de outubro de 2009

Segunda etapa de resultados do Petrobras Cultural só vai sair em 2010

Foto: Marcelo Cabral / Folia Cultural
Grupo de bumba-meu boi "Orube" durante encontro de grupos em Belém/PA

Os resultados da segunda fase do Programa Petrbras Cultura foram adiados para a segunda quinzena de fevereiro de 2010. Em carta publicada no site do programa, a gerente de patrocícios, Eliane Costa, explica que a Petrobras teve que enfrentar, neste 2º semestre de 2009, uma série de circunstâncias atípicas, que acabaram por impactar o início do processo de análise dos projetos inscritos, mas que neste momento a instituição está retomando o processo e começando, efetivamente, o trabalho das comissões de seleção.

Na primeira fase foram contemplados os projetos nas áreas de Seleção Pública de "Festivais de Música", "Festivais de Cinema", "Difusão de filmes de longa-metragem em salas de cinema" e "Festivais e eventos de artes eletrônicas e cultura digital".

Na segunda fase, serão avaliados projetos das áreas de "Manutenção de grupos e companhias de teatro", "Manutenção de grupos e companhias de dança", "Manutenção de Grupos, Companhias de Circo e Trupes Circenses", "Produção de filmes em mídia digital: curta e longa-metragem", "Produção de filmes de curta-metragem em 35 mm para salas de cinema", e "Apoio ao aprimoramento de websites culturais brasileiros já existentes", "Criação literária: ficção e poesia", "Gravação e circulação de música com disponibilização em CD", "Gravação e circulação de música com disponibilização na Internet", e "Circulação de shows/concertos de música brasileira".

Círio já movimenta a cidade de Belém

Realizado em Belém, desde 1793, o Círio de Nazaré é uma das maiores procissões católicas do Brasil


Se a fé move montanhas, no Pará ela atravessa rios, florestas e se mantém viva ano após ano. Os preparativos para o Círio de Nazaré já começaram a movimentar a cidade, que recebe no segundo domingo de outubro, uma gigantesca e secular procissão religiosa, considerada a maior expressão de fé do povo católico paraense.

O Círio reúne, anualmente, cerca de dois milhões de romeiros numa caminhada de fé pelas ruas da capital do Estado, num espetáculo grandioso em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré. No segundo domingo de outubro, a procissão sai da Catedral de Belém, reinaugurada em setembro deste ano após mais de 3 anos de reforma e restauração, e segue até a Praça Santuário de Nazaré, onde a imagem da Virgem fica exposta para veneração dos fiéis durante 15 dias.

Andando nas ruas já percebemos a movimentação de turistas quem vem de todos os cantos para homenager a Virgem de Nazaré. O comércio também é bastante intenso. Artigos e artesanatos decorados com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré para reforçar a fé.

O comércio gastronômico também não fica atrás. Produtos típicos paraenses como o pato, tacacá, camarão, maniçoba, tucupi, entre outros, são os mais consumidos e fazem a mesa do paraense no tradicional almoço do Círio. Uma grande festa gastrônomica!

A equipe do Folia Cultural vai acompanhar esta semana os preparativos finais e a grande festa nos dias 10 e 11 de outubro em homenagem à Virgem de Nazaré.

Veja a programação completa

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Congresso aprova Plano Nacional de Cultura

Por unanimidade, foi aprovado na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados o Plano Nacional de Cultura, que dá marco legal para as políticas da área pelos próximos dez anos. Ainda na Câmara, a Comissão Especial que analisava a PEC 150 aprovou, também por unanimidade, a proposta que destina 2% do orçamento federal para as políticas culturais, além de 1,5% para os estados e 1% para os municípios.

Leia mais em Cultura e Mercado

Países Ibero-americanos discutem Cultura e Transformação Social

De 30 de Setembro a 03 de Outubro, 22 países da América Latina e da Península Ibérica se reúnem para discutir as potencialidades da cultura ibero-americana, é o II Congresso de Cultura Ibero-Americana com o tema "Cultura e Transformação Social".

O objetivo do evento é promover um intercâmbio de conceitos e práticas que contribuam para a formação e o fortalecimento de políticas públicas que considerem a cultura como campo fértil para o desenvolvimento econômico e social. Além do desenvolvimento econômico e social, será debatido temas como indústrias culturais nas regiões iberoamericanas, audiovisual e a identidade, e cultura, educação e sustentabilidade. Confira a programação completa.

Países participantes:
:: América Latina - Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela;
:: Península Ibérica - Andorra, Espanha e Portugal.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Congresso vota Plano Nacional de Cultura

Propostas estruturantes para a Cultura devem ser votadas nesta quarta-feira, 23 de setembro, no Congresso Nacional, em Brasília. Às 10h, o Plano Nacional de Cultura (PNC) está na pauta da Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara dos Deputados, e, às 14h30, a Proposta de Emenda Constitucional que vincula receitas orçamentárias para a área cultural, a PEC 150, na da respectiva Comissão Especial de Tramitação.


O Projeto de Lei do PNC (PL nº 6.835/2006) tramita na CEC, na qual foi apresentado substitutivo pela relatora, a deputada Fátima Bezerra (PT-RN). O Plano orientará as políticas culturais num horizonte de dez anos. Trata-se do primeiro planejamento de longo prazo no setor, elaborado com base em debates e estudos realizados desde 2003, com intensa participação social.

Exibir artigo completo

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Concurso aborda Cultura e Transformação Social

Estão abertas até 03 de novembro as inscrições para o Concurso de Apoio à Produção de Obras Audiovisuais Digitais Inéditas de Curta Metragem, nos Gêneros Documentário ou Telerreportagem, sobre o tema “Cultura e Transformação Social”- Nós na Tela. Serão contemplados 20 projetos com o valor de R$ 30 mil cada um. Os filmes devem ter 15 minutos de duração.
A iniciativa do Ministério da Cultura, no âmbito do Programa Mais Cultura e por meio da Secretaria do Audiovisual (SAv) e da Secretaria de Articulação Institucional (SAI), em parceria com a Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCCom) e a Sociedade Amigos da Cinemateca, decidiu realizar o Nós na Tela, um concurso de apoio à produção de obras audiovisuais de curta metragem, voltado para o público jovem como forma de expressar sua visão de mundo e seus valores.

Leia mais:
Nós na Tela
Informações: nosnatela@cinemateca.org.br ou do telefone (11) 5084.3252.


Com informações do Minc e Carina Teixeira / Cultura e Mercado.

Acompanhe as mudanças da Lei Rouanet

A Lei 8.313, popularmente conhecida pelo nome do então ministro da Cultura Sérgio Paulo Rouanet, define as formas como o governo federal deve incentivar a produção cultural no Brasil. Após sua aprovação, em 1991, ela já foi alterada algumas vezes e sofreu regulamentações. Agora, o governo federal propõe uma nova reforma, para ampliar a capacidade de fomento à cultura e aumentar as formas como o produtor pode acessar os recursos.

Saiba o que muda com o novo projeto.

Incentivo pela Lei Rouanet perde abatimento de 100%

Segundo o Ministério da Cultura, os próprios empresários pleitearam a participação de no mínimo 20% de dinheiro privado no processo

O texto da reforma da Lei Rouanet deve trazer uma novidade que promete gerar acalorada discussão: não haverá mais a possibilidade de dedução de 100% do valor investido num projeto com renúncia fiscal.

No início do plano de reforma, anunciado no primeiro semestre, o novo texto previa 6 faixas de dedução do imposto devido para fins de renúncia fiscal: 100%, 90%, 80%, 70%, 60% e 30%. Os debates subsequentes, no entanto, teriam criado a sensação de que era preciso exigir uma contrapartida maior da iniciativa privada.

Segundo o Ministério da Cultura, os próprios empresários pleitearam a participação de no mínimo 20% de dinheiro privado no processo de incentivo fiscal. "É um piso mínimo. Dessa forma, o mecenato será de fato uma parceria público-privada", diz o ministro interino da Cultura, Alfredo Manevy.

Manevy diz que prefere não falar no "fim dos 100%" de abatimento, para não criar um "pavor injustificado" entre os produtores culturais. Segundo o governo, o fato de que o novo sistema de incentivo fiscal terá fundos de incentivo direto (sem a necessidade de captação no mercado) será suficiente para dar segurança às artes.

Pela nova legislação, metade do dinheiro arrecadado pelo Fundo Nacional de Cultura deverá ser obrigatoriamente repassado a Estados e municípios. Mas trata-se de um dinheiro "carimbado", ou seja, não poderá ser utilizado em despesas de custeio dos Estados e municípios - terá de ser necessariamente transferido a artistas e produtores por meio de editais públicos.

A extinção dos 100% de dedução fiscal já provoca uma gritaria forte em alguns setores da cultura. "Vai ser um apagão cultural", brada Odilon Wagner, presidente da Associação de Produtores Teatrais Independentes (APTI). "Eles vão dar o golpe fatal e enterrar a cultura de vez", reclamou.

Leia notícia na íntegra
O Estado de São Paulo, por Jotabê Medeiros, 18/09/2009.

domingo, 20 de setembro de 2009

Novos rumos para o Plano Nacional de Cultura

Lançado esta semana na Câmara dos Deputados, o Plano Nacional de Cultura é o mais importante instrumento da política cultural brasileira. Ele define a abrangência e diretrizes concretas para lidar com a questão cultural. O documento está excelente, pois reúne as discussões promovidas pela sociedade nos últimos anos.


Leia o artigo completo em Cultura e Mercado.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Catedral da Sé reabre as portas aos fiéis

Por Carol Peres
Fotos: Lucivaldo Sena
















Os fiéis de Santa Maria de Belém e de Nossa Senhora de Nazaré têm um motivo a mais para comemorar o Círio em 2009. A igreja mais antiga da capital paraense, a Catedral Metropolitana de Belém, que por mais de três anos esteve fechada para receber os fiéis, reabriu as portas no dia 1º de Setembro. A data de reinauguração foi escolhida no dia de Santa Maria de Belém, padroeira da cidade.


A Catedral, construída em 1755 pelo arquiteto Antônio Landi, simboliza a fé, a devoção do povo, o surgimento da cidade de Belém e o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, ícone da cultura do Pará. Para monsenhor Raimundo Possidônio, administrador da Arquidiocese de Belém, a Catedral é testemunha da história da capital do Estado e um registro dos caminhos da comunidade católica. "O templo é sagrado, porque anuncia e celebra Jesus Cristo. Uma igreja não é de um santo; é a casa de Cristo e de seu povo", ressaltou, agradecendo o apoio do governo do Estado na realização da obra, e aos profissionais que dela participaram.

O Círio de Nossa Senhora de Nazaré acontece no segundo domingo de Outubro. Veja programação completa no Portal da Basílica de Nazaré.

Restauração - As principais ações de restauro da Catedral foram a revitalização da pintura da nave e capela-mor, com a recuperação das características originais das pinturas decorativas; implantação da acessibilidade às pessoas com limitação física e equipamentos para iluminação com durabilidade e baixo consumo de energia; climatização dos ambientes administrativos, considerando os aspectos econômicos na manutenção e conservação preventiva das pinturas murais; aquisição de quatro novos sinos e restauração de três antigos, que passaram a funcionar com sistema de automatização dos toques, compatibilizados aos relógios, também recuperados.

Uma novidade do templo inaugurado foi a criação do "Memorial da Catedral", formado por objetos do acervo da igreja e registros históricos, do processo de restauro arquitetônico e dos bens integrados.

Matérias relacionadas
:: Dia para se comemorar o Patrimônio

Fórum vai discutir defesa do Patrimônio

Nos dias 26 e 27 de setembro será realizado em Belo Horizonte, Fórum dos Agentes do Patrimônio, evento que reunirá pesquisadores e estudiosos da área, bem como técnicos e conselheiros municipais para discutir as experiências de municipalização em curso.


O Fórum, que surgiu em 2008 em Belo Horizonte, este ano se estende para todo país, propondo congregar num mesmo evento os agentes que formulam e efetivam as políticas municipais e os pesquisadores acadêmicos, dos diversos programas de pós-graduação do país, para se realizar uma avaliação do processo de municipalização no Brasil, suas premissas, instrumentos utilizados, arranjos institucionais, resultados e possibilidades de financiamento.

O evento também promoverá o lançamento do “Manual do Patrimônio Cultural”, a ser distribuído, especialmente, aos agentes municipais envolvidos no campo do patrimônio. Também será feita uma chamada de trabalhos, propiciando oportunidade para a apresentação de pesquisas acadêmicas sobre a questão da municipalização na área do patrimônio em nosso país, envolvendo as dimensões teórico-conceituais e práticas e a análise dos diversos instrumentos de preservação.

O 2º Fórum dos Agentes do Patrimônio será realizado pela UFMG e contará com um estande do Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, em que serão divulgados a sua atuação do órgão para todos os participantes. As inscrições podem ser feitas pelo site www.fundep.ufmg.br.

Mais informações pela Assessoria de Comunicação Social do Ministério Público de Minas Gerais, através do telefone (31) 3330-8016 e pelo site www.forumpatrimonio.com.br/mestres.

Cultura e Mercado

terça-feira, 25 de agosto de 2009

20 anos sem o "maluco beleza" Raul Seixas

O Site Folia Cultural é um espaço aberto para divulgação da cultura brasileira. Apesar de o nosso conteúdo ser especialmente voltado para as culturas populares, não ignoramos a importância de outros gêneros culturais como rock´n roll.

A convite de nossa equipe, a jovem jornalista paraense Yorranna Oliveira estreia em nosso site com um artigo sobre o nosso inesquecível Raul Seixas, que há 20 anos deixa lembranças, saudades e o indispensável "Toca Rauuuulllll".

***********
Por Yorranna Oliveira

“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, cantava Raul Seixas. A música ecoava pela quitinete em Icoaraci, região metropolitana de Belém/PA. Gleidson estava lá, e a Metamorfose Ambulante de Raul penetrou em cheio a mente do rapaz. Ali, adolescentes se reuniam para falar sobre literatura, cinema, música, amenidades. Tudo ao som do bom e velho rock’n’roll.

Metamorfose cumpria seu papel de libertação. Porque a música é assim, ela liberta, acompanha crises existenciais. Ela explica. Salva. Resgata. Cada acorde causa uma pequena revolução e na cabeça de um adolescente, uma verdadeira transformação. Com o passar do tempo, as canções acabam fazendo parte de nossa memória emocional, nos remetendo a instantes únicos de nossas vidas.

“Me arrepio até hoje ouvindo e cantando metamorfose ambulante. A sensação é a mesma: liberdade. Liberdade para ser, sem maniqueísmos. Posso ser tudo e nada, certo e errado, bom e mau. A música tem o típico começo de néon, te causa logo um impacto”, diz o estudante Gleidson Gomes, 22 , sobre a experiência com um dos clássicos de Raul Seixas, quando tinha 18 anos.

Já se passaram 20 anos desde a morte do “maluco beleza”, em 21 de agosto de 1989, em conseqüência de uma pancreatite aguda - provocada pelo excesso de bebida. Mas não importa a época, não importa a idade, suas letras ainda causam impacto ao longo de gerações. Músicas repletas de lucidez, mas incompreendidas por um mundo que cometia e comete “a loucura de ser normal”. Um mundo que condenava Raul ao limbo dos loucos. "Eu não sou louco, é o mundo que não entende minha lucidez", respondia ele.

Louco ou lúcido, poeta, maldito, cantor, compositor, rei do rock’n’roll Brasil. Muitos são os adjetivos destinados a Raulzito, graças a suas composições e parcerias com pessoas tão loucas ou lúcidas quanto ele. Mas o fato é que Raul deixou em letra, som e verso seus pensamentos, ideologias e crenças. Foram 21 discos - fora os lançamentos póstumos -, que abalaram as estruturas da sociedade, com músicas feitas sob medida para desestabilizar a “solidez” das instituições sociais. E arrebatar à vida da juventude de qualquer geração.

Maluco Beleza, Metamorfose Ambulante, Sociedade Alternativa, Gita, Eu nasci há 10 mil anos atrás, Medo da Chuva, Tente Outra Vez e outros clássicos de Raul Seixas são apenas algumas das composições que (des)estruturam mentes por onde foram ouvidas. Em especial de jovens cheios de dúvidas e incertezas num mundo desprovido de respostas. E mesmo quando havia certezas, elas entraram em colapso.

No entanto, nem só instabilidades e crises Raul disseminou. Suas músicas também vieram acompanhadas daquela áurea redentora, feitas para salvar vidas e mostrar novos caminhos, novas possibilidades. Em uma das homenagens espalhadas pelo país ao ídolo ao longo dos anos, algumas sempre ficam marcadas e sobrevivem na memória. Em 2005, o Memorial dos Povos, no centro de Belém, estava semi-lotado. Uma banda cover tocava as principais canções do cantor. Todos os presentes tinham alguma relação com as músicas. Havia gente jovem, gente velha. Gente unida pelo mesmo sangue roqueiro. Mas uma dessas pessoas se destacava entre às demais. Ele tinha uma alegria embriagante no rosto, talvez pelos copos e copos de Cantina da Serra entornados. Era um homem na faixa dos 30 e poucos anos. Gritava, cantava com toda a força as músicas e dizia com o rosto quase em lágrimas, os braços erguidos como numa oração: “Foi com esse cara que eu aprendi o que é rock’n’roll”.

E você? O que aprendeu com Raul?

Para saber sobre a carreira, as músicas e parcerias de Raul Seixas, acesse o site do fã clube oficial - Raul Rock Club

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Agosto: mês das artes e da cultura

Por Carol Peres

Quem nunca escutou quando criança que agosto é o mês do desgoto? Conhecido pelos desastres históricos, agosto ainda é um mês de superstição para muitos brasileiros que preferem não brincar com as coisas do sobrenatural. O ditado popular foi trazido ao Brasil pelos portugueses ainda no período colonial e tem bastante força no nordeste do país.

Mas não só de desgosto vivemos o mês de agosto. Para as artes e a cultura popular, é o mês de comemorar o dia nacional do folclore, das artes e dos artistas, do patrimônio cultural, do capoeirista, e o dia internacional dos povos indígenas.

Para comemorar o mês de agosto e a cultura popular brasileira acompanhei as apresentações do grupo de carimbó Uirapuru, no Instituto São José Liberto na cidade de Belém/PA. O evento fez parte das comemorações ao dia do folclore e da Campanha Carimbó - Patrimônio Cultural Brasileiro.





Fotografia para retratar a cultura
É no mês de agosto que comemoramos, também, o dia da fotografia. A arte de registrar fragmentos da realidade que encanta e seduz milhões de pessoas no mundo inteiro. A fotografia é também o conteúdo destaque do Folia Cultural, que através da linguagem visual convida à olhar, de forma apaixonante, o nosso folclore e a cultura popular brasileira.

O coordenador do site Folia Cultural, o fotógrafo Eraldo Peres, define a fotografia “como a possibilidade de ver com ‘os olhos da alma’, de olhar o comum e transformar a realidade em obra de arte".
Círio de Nazaré em Belém/PA - Foto: Eraldo Peres
Pesquisador e documentarista da cultura popular há mais de dez anos, Eraldo é autor do livro “O Encantador, Seu Teodoro do Boi”, que retrata um pouco da história do bumba-meu-boi contada a partir da história de vida de Teodoro Freire, um mestre de boi vindo do maranhão que mora em Brasília há mais de 40 anos.

Eraldo prepara agora seu segundo livro: FÉsta Brasileira – Folias, Romarias e Congadas. Um passeio visual, colorido e apaixonado sobre a cultura popular documentada em vários estados brasileiros. O livro é editado pela Editora Senac e está com lançamento previsto para o primeiro semestre de 2010.

* Curiosidade sobre o mês de agosto
* História da Fotografia no Brasil

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dia para se comemorar o Patrimônio Histórico

Agosto não é só o mês do folclore, comemora-se também, no dia 17, o dia Nacional do Patrimônio Histórico, que são os bens materiais, natural ou imóvel que possua significado e importância artística, cultural, religiosa, documental ou estética para a sociedade.

Há uma preocupação mundial em preservar os patrimônios históricos da humanidade, através de leis de proteção e restaurações que possibilitam a manutenção das características originais. Mundialmente, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Cultura, Ciência e Educação) é o órgão responsável pela definição de regras e proteção do patrimônio histórico e cultural da humanidade. No Brasil, existe o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que atua na gestão, proteção e preservação do patrimônio histórico e artístico nacional.

Para homenagear o patrimônio brasileiro, o site Folia Cultural visitou um dos mais importantes patrimônios da fé religiosa, a Catedral Metropolitana de Belém no Pará.

Com mais de 238 anos, a Igreja da Sé como é conhecida, é palco de uma das maiores romarias do Brasil – o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Todo segundo domingo do mês de outubro, a imagem peregrina de Nazaré reúne mais de 2 milhões de pessoas para seguirem a procissão que sai da Igreja até a Basílica Santuário de N. S. de Nazaré.

Desde 2005 a Catedral de Belém passa por uma reforma geral e restauro de peças históricas. A obra, que ficou paralisada até abril de 2006, foi retomada em 2007 a ritmo permanente e contínuo. Já as obras de restauração das peças históricas e telas da Sé iniciaram em 2007, começando pela cobertura da igreja. Em seguida, o processo passou para o seu interior, onde o prédio e os bens móveis e integrados passaram a receber o tratamento adequado para revitalização e restauração, conforme a necessidade. A inauguração da Catedral está prevista para Setembro deste ano.

Histórico - A catedral foi criada como Igreja Cathedral de Santa Maria de Bellem do Grão Pará em 1713, no coração da Cidade Velha, bairro que originou Belém em 1616, quando os portugueses construíram o Forte do Castelo (hoje Forte do Presépio).

No século XVIII, a igreja ganha a contribuição de Antônio José Landi, um dos maiores arquitetos da época, um italiano que chegou ao Pará e contribuiu com várias obras aqui produzidas. A Catedral foi dada como concluída no dia 08 de setembro de 1771. Em seu riquíssimo acervo, está o órgão expedido pela oficina Aristides Cavaillé-Coll, de Paris, de inspiração italiana, similar ao da capela da Universidade de Coimbra em Portugal, que chegou ao Brasil 1882. A catedral possui ainda telas do pintor Domenico de Angelis e foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1941.

Conheça os Bens Históricos tombados pelo IPHAN.

Por Carol Peres
Fotos: Eunice Pinto, Lucivaldo Sena e Rodolfo Oliveira / Agência Pará

domingo, 16 de agosto de 2009

Oficina de Tambor de Crioula


No mês do folclore, o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular realiza uma Oficina de Tambor de Crioula. A oficina vai mostrar os toques dos tambores, o ritmo de cada um, a maneira de pegá-los e como afiná-los no fogo, além da relação do cântico com o batuque.

Tambor de crioula é uma manifestação de herança africana, apresentando-se como dança de diversão ou de pagamento de promessa. Três tambores rústicos são tocados simultaneamente ao som de toadas cantadas, enquanto as mulheres dançam com suas saias rodadas.

Serviço
Oficina com Mestre Teixeira (Maranhão)
Data: 18/08/2009(terça-feira)
Horário: 18 às 21 horas
Local: Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular - Auditório do Museu de Folclore Edison Carneiro,Rua do Catete, 179 e 181, Catete - Rio de Janeiro
Tel.: (21) 2285-0441
Fotos: Agência Pará

São Paulo realiza a 1º Conferência Municipal de Cultura


Nos dias 25 e 26 de setembro, a cidade de São Caetano do Sul realizará sua 1º Conferência Municipal de Cultura, evento que tem como objetivo promover o debate e a legitimação das políticas públicas culturais. Enquanto a data não chega o município obterá os subsídios para a 1ª Conferência Municipal de Cultura da cidade, realizando, durante todo o mês de agosto, Pré-Conferências.

As Conferências Municipais de Cultura precedem as conferências estaduais e a nacional, prevista para março de 2010, fechando um amplo processo de discussões sobre políticas públicas para a Cultura no país. Seu princípio é a construção de um modelo de política pública cultural. Por isso a participação da sociedade civil e dos governos estaduais e municipais é indispensável.

Poderão participar das Pré-conferências e da 1ª Conferência Municipal de Cultura, todos os interessados nos assuntos da Cultura no Município.

O evento será realizado no Teatro Santos Dumont (Avenida Goiás, 1111, Centro – São Caetano do Sul – SP). Para mais informações, ligue (11) 4232-1237/1294.


Curso Gestão cultural em Brasília

Nos dias 14 e 15 de setembro Brasília sediará o curso de capacitação em Gestão Cultural, ministrado por Leonardo Brant. O programa é voltado para artistas, agentes culturais, estudantes e pesquisadores do tema interessados em trocar experiências e aprimorar conhecimentos.

O objetivo do curso é apresentar novos paradigmas conceituais, identificar e fomentar um ambiente democrático de discussão e construção de políticas culturais, explorar os cenários nacional e internacional e propor aplicabilidade a esse arsenal de conhecimento. Com 16 horas/aula, o programa inclui temas como política cultural – teoria e prática, indústrias culturais na era global, marketing cultural, investimento privado e captação de recursos.

Serviço
Capacitação em Gestão Cultural
Quando: 14 e 15 de setembro
Horário: das 14h às 22h
Onde: Centro de Estudos da UNACON
SQS Quadra 8, Bloco B50 – Edifício Venâncio 2000 – 4º andar.
Valor: R$ 250,00 (Consulte preço especial para grupos)
Informações e Inscrições: (61) 9273-9002 com Mirella Malta ou pelo email mirellamalta@globo.com.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Mostra de Cultura Popular terá oficinas e debates

Foto: Brito Jr. / Bailarinas do Boi Mimo de Santa Cecília - PI
Com a proposta de promover pesquisa, estudo, produção, contextualização, divulgação e fomento das manifestações folclóricas e da cultura popular de Teresina, a Prefeitura por meio da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMCMC), realiza a I Mostra de Cultura Popular – Ano Fontes Ibiapina-, no período de 17 a 21 de agosto, na Casa da Cultura, localizada na Praça Saraiva, Centro da cidade.

Essa primeira edição da Mostra presta uma homenagem ao jurista escritor e pesquisador da cultura popular Fontes Ibiapina. “A cada ano vamos destacar uma personalidade que tenha contribuído para o fortalecimento da identidade cultural de Teresina”, afirma Vagner Ribeiro, coordenador da Divisão de Cultura Popular da FMCMC.

Durante uma semana, a I Mostra de Cultura Popular vai oferecer palestras com pesquisadores, conversas com mestres de cultura, oficinas, exposições, shows e apresentações culturais. A abertura será dia 17 de agosto, no auditório da Casa da Cultura, às 10h, com a palestra “Identidade Cultural no Nordeste”, que contará com a presença do músico Xangai e do professor Cineas Santos, presidente da Fundação Monsenhor Chaves.

A programação de palestras, sempre às 10h, no auditório da Casa da Cultura, segue na terça-feira, dia 18, com a professora Cecília Mendes falando sobre “A Contação de Histórias”; na quarta-feira, dia 19, com o professor Enéas Barros falando sobre o homenageado da Mostra, Fontes Ibiapina; na quinta-feira, dia 20, com o Drº Leandro Fernandes e Wilson Seraine falando sobre “Lampião e Luiz Gonzaga”; e na sexta-feira, dia 21, com Pedro Costa falando sobre “Chico dos Romances”.

No horário das 14h às 16h, de 17 a 21 de agosto, serão realizadas as oficinas de Confecção de Pífanos com Mestre Cledomilton da Banda de Pífanos, de Dança Popular com o coreógrafo Sidh Ribeiro do Balé da Cidade de Teresina e oficina de Brinquedos Populares com a professora Marilene. Essas oficinas serão realizadas simultaneamente em espaços diferentes da Casa de Cultura e estão com inscrições abertas e gratuitas até esta sexta-feira, dia 14, podendo ser efetuadas na sede da Fundação Monsenhor Chaves, das 08 às 13h, ou pelo telefone 3215-7815.

Na segunda-feira, dia 17, será realizada a Conversa no Terreiro, no Pátio da Casa da Cultura, a partir das 18 h. Nessa ocasião, música popular e bate-papo serão combinados durante apresentação do músico Xangai. Nos demais dias de Mostra, a Conversa no Terreiro, sempre às 18 h, na Casa da Cultura, contará com a presença de Pedro da Rabeca e Vagner Ribeiro na terça-feira (18), Cleide Fernando tratando das Lendas Piauienses na quarta-feira (19), Dílson Tavares discutindo os 100 anos de Patativa do Assaré na quinta-feira (20) e, para encerrar a Mostra, na sexta-feira (21), a Conversa no Terreiro recebe Agenor Abreu, Forró de Candieiro, Mestre Beija e Anjo de Abreu.

I Fórum Metropolitano de Cultura

Nos dias 19 e 20 de agosto, a Agência Metropolitana da Baixada Santista, com o apoio das Prefeituras e Secretarias Municipais de Cultura, promove o I Fórum Metropolitano de Cultura, encontro que pretende estimular, mobilizar e articular forças para a efetiva implantação de políticas públicas de cultura na Região Metropolitana da Baixada Santista.

Reunindo dirigentes e produtores culturais, além de pesquisadores e demais interessados na área, o Fórum promoverá ampla discussão sobre as seguintes questões: a criação de uma identidade cultural com foco metropolitano; a integração dos Municípios através da produção cultural local; o desenvolvimento e ampliação da prática de Gestão Cultural; e o fortalecimento socioeconômico e cultural das comunidades da Região.

O encontro será realizado no Teatro Guarany, localizado no Centro de Santos (SP), das 18h30 às 21h30, no dia 19 de agosto; e das 09h às 18h, no dia 20 de agosto. Os interessados podem se inscrever clicando aqui.

Para mais informações, ligue (13) 3202-7000 ou clique aqui.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Festa do Folclore contará com Folia dos Reis

Reconhecida como a primeira manifestação folclórica de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, o Encontro Municipal de Folia de Reis, a partir deste ano, passará a fazer parte da Festa do Folclore.
O evento, em sua 4ª. edição, contará com a participação de seis companhias locais, bem como outras agremiações regionais e do oeste paulista, o que representa cerca de 200 foliões. As apresentações acontecerão no dia 22 de agosto. O Encontro terá um percurso interno de aproximadamente 150 metros, formado por três arcos, estações que homenageiam cada um dos três reis magos - Baltasar, Gaspar e Melquior - e uma “lapinha”, espécie de altar onde será rezada missa alusiva ao procedimento dos reis orientais quando do nascimento do menino Jesus.

A Folia de Reis, bastante conhecida na região, é uma cultura trazida por portugueses, imigrantes que deram início á colonização do município. De acordo com Vickie Garcia de Souza, Diretora do Departamento Municipal de Cultura, o Encontro de Folias de Reis, mais do que o significado religioso e popular, valoriza a Festa do Folclore que tem como objetivo principal o resgate de nossas tradições e a criação de uma identidade cultural própria da micro-região de Três Lagoas.
Fotos: Prefeitura de Três Lagoas/MS